O aleitamento materno continua a ser o padrão-ouro para a alimentação do recém-nascido: produz na mãe a certeza de ter concluído a maternidade e marca o início de uma relação longamente esperada entre ela e seu bebê. Fornece ao bebê os nutrientes indispensáveis e nas quantidades adequadas para o crescimento em termos de peso e tamanho e também para o desenvolvimento do cérebro, do coração, do aparelho digestivo, dos pulmões e dos rins, que jamais seriam alcançados com nenhum outro tipo de alimento ou fórmula láctea.
A imunidade eficiente e oportuna não tem preço: o leite materno é um seguro de vida que garante a presença de soldados ou anticorpos desde o primeiro colostro (o primeiro leite), que reveste o aparelho digestivo e ativa a cascata imunológica, servindo como uma primeira linha de defesa e mecanismo de barreira contra os germes que atacam o recém-nascido. Esse mecanismo de autodefesa se mantém ativo de forma eficiente durante os primeiros seis meses de vida graças ao aleitamento materno.
Além disso, sabe-se que diminui o risco de enfermidades típicas da infância como diarreias e vômitos com desidratação (gastroenterite), otite média (infecções do ouvido) e má nutrição (desnutrição e obesidade). No longo prazo, os bebês amamentados são menos propensos à diabete e à obesidade na idade adulta.
A gestação é uma fase única na vida da mulher, e temos imenso orgulho em ofrecer soluções completas e de alta qualidade, desde sua gestação a nascimento deste bebê tão especial para todos o que o acompanham.
Não se pode negar a economia no orçamento familiar gerada pelo aleitamento materno, uma vez que os custos das fórmulas lácteas, somados à inflação, reduzem o orçamento de "toda a família"
afetando necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde e educação do resto da família.
Quando os Estados, por meio de seus governos, apoiarem de forma direta e "EFETIVA" as diretrizes já existentes nos vários acordos internacionais, dos quais nossos países são signatários, a aderência ao aleitamento materno e o apoio ao mesmo durante os primeiros seis meses de vida, pelo menos, se tornará uma realidade. A economia em termos de custos por morbidade materno-infantil gerada com essas leis permitiria destinar esses fundos a outras das várias necessidades enfrentadas por nossos países.
Infelizmente, até mesmo fatores intrínsecos ao próprio ambiente materno impedem o desenvolvimento bem-sucedido do Aleitamento Materno; são os conhecidos mitos ou tabus como:
- Nessa família, nenhuma mulher teve leite...
- Descanse enquanto está no hospital se recuperando do parto, porque, caso contrário, quando chegar em casa, estará cansada, por isso deixe o bebê ao cuidado das enfermeiras no hospital...
- Como a mãe não produz leite, no momento em que seu bebê nascer, complemente com fórmula desde o nascimento para que não fique desnutrido...
- Se o bebê se alimentar somente com leite, o nível de bilirrubina subirá perigosamente...
- Como não sai leite suficiente, complemente com fórmula para que não baixe a taxa de açúcar...
- Acrescente fórmula à noite e vai ver que ele dormirá bem cheinho e não acordará à noite...
Enquanto NÓS (médicos, enfermeiros, técnicos e o restante do pessoal de apoio) não estivermos educados e, mais do que isso, CONVENCIDOS, qualquer programa de acordo internacional não será eficaz. Cabe, portanto, insistir na necessidade de assegurar que o pessoal de saúde e as demais associações que apoiam o aleitamento materno desenvolvam planos de curto e médio prazos, com o apoio do Estado, para educar continuamente ao longo do tempo, não apenas os pais, mas toda a família e, sobretudo, o pessoal de saúde, que, por manterem o primeiro contato com o recém-nascido e com a mãe, terão em suas mãos o sucesso ou o fracasso do aleitamento materno exclusivo desde o momento do nascimento.
Vamos ajudar as mães a amamentar
1. Criando ambientes adequados.
2. Orientando e apoiando mulheres conselheiras.
3. Capacitando profissionais de saúde.
4. Criando hospitais amigos das crianças.
5. Promulgando leis que garantam o contato da mãe com o bebê.
6. Garantindo oportunidades para a extração e a manutenção do leite materno.
7. Criando comissões nacionais de aleitamento materno.
8. Regulando a comercialização de substitutos do leite materno.
9. Aprovando leis que garantam a licença-maternidade remunerada.
10. Planejando e apoiando o aleitamento materno diante de desastres e outras situações.
Pediatra Neonatologista
Especialista Convidado - Conexão Saúde