Durante os últimos anos na Philips, conversamos muito em diversos fóruns, espaços governamentais, com jornalistas, profissionais de saúde e formadores de opinião do setor sobre a importância da transformação digital para a América Latina. Desde que lidero nossa região, tenho ouvido em primeira mão os desafios que nossos clientes enfrentam com relação ao acesso, a sistemas que não se comunicam, às oportunidades para melhorar a formação do corpo clínico, à necessidade de soluções clínicas e operacionais sob medida que permitam alcançar a eficiência no atendimento, reduzir custos e melhorar o acesso, entre outros. Da mesma forma, demos as mãos a muitos clientes, acompanhando-os para resolver essas situações com êxito e lidamos com exemplos concretos em toda a nossa região. O poder da tecnologia para melhorar a vida das pessoas no campo da saúde foi amplamente demonstrado durante a pandemia.
Os líderes de saúde reconhecem há anos a necessidade de uma transformação digital em nossa região. Já percorremos um longo caminho nesse sentido e acredito que em 2023 ultrapassaremos esse limite e caminharemos, enquanto setor, rumo à maturidade digital. As razões para agir são ditadas por fatos, alguns dos quais não muito animadores, como o da Organização Pan-Americana da Saúde, que indica que são necessários mais esforços para alcançar a meta de redução da mortalidade prematura por doenças não transmissíveis na região das Américas, que deve apresentar uma redução de 33% entre 2015 e 2030. Há uma necessidade urgente de pensar em soluções digitais que possam ajudar a detectar, diagnosticar e tratar precocemente esses tipos de doenças.
Outro ponto a destacar é que o comportamento de quem “consome” os serviços de saúde exige uma jornada mais confortável. Esse é o desejo dos pacientes e de suas famílias. A comodidade de ser atendido e monitorado em casa, por exemplo, é algo cada vez mais valorizado. De acordo com uma pesquisa da McKinsey, cerca de 40% dos consumidores disseram que continuarão usando a telemedicina no futuro, em comparação com 11 % dos consumidores que já a utilizavam antes da covid-19. Outra pesquisa mostra que, no Brasil, as pessoas aderem mais facilmente à modalidade de atendimento virtual. Realizada pela Capterra, uma plataforma que pesquisa e compara softwares, 55% já o utilizaram ou o utilizam com frequência.
Tenho certeza de que todos concordamos que, além de simplificar ainda mais o fluxo de trabalho, a automação pode ajudar a otimizar o tempo gasto pelos profissionais de saúde, a melhorar a segurança dos dados e a reduzir os custos para a instituição. Mas o ponto ao qual devemos prestar mais atenção é aquele formado pelo custo excessivo e pelo desperdício nos cuidados de saúde. Recursos que podem ser otimizados para proporcionar um acesso melhor. Nos Estados Unidos, estima-se que aproximadamente 25% do gasto total em saúde são desperdiçados, principalmente com problemas administrativos.
Consiste em repensar a saúde para a era digital e, para que isso seja possível, é necessário utilizar todo o potencial dos dados disponíveis. Inteligência artificial, plataformas baseadas em nuvem e novos modelos de negócios são ferramentas para melhorar os resultados dos cuidados de saúde, reduzir o custo do atendimento e melhorar a experiência de pacientes e funcionários. Abaixo, reúno cinco pontos que considero relevantes para alcançar a maturidade digital. Como está a sua empresa de cuidados de saúde com relação a cada um deles? 1) A mudança requer uma abordagem colaborativa, voltada para as pessoas e impulsionada por parcerias. Isso significa a participação de todos os principais atores (públicos e privados) e a atenção especial das autoridades reguladoras. 2) As soluções digitais devem ser integradas aos fluxos de trabalho dos profissionais de saúde e às rotinas diárias de cuidados de saúde das pessoas para criar experiências positivas. 3) A educação virtual e a colaboração podem ampliar o alcance do atendimento especializado e ajudar os profissionais de saúde a aproveitar ao máximo a tecnologia digital em saúde. 4) As plataformas digitais abertas e baseadas na nuvem devem ser a "espinha dorsal" que conecta os dados dos pacientes em ambientes com padrões de dados abertos, promovendo maior interoperabilidade e auxiliada pela IA para transformar dados em conhecimento. 5) Será necessária confiança, exigindo um uso responsável da tecnologia digital que proteja a privacidade e a segurança dos dados, evitando efeitos colaterais que inadvertidamente possam aumentar as desigualdades existentes em saúde. Este será um ano importante para a digitalização da saúde na América Latina. Em tempos de crise, a inovação floresce. Vimos muito disso nos últimos dois anos e tenho certeza de que é o que acontecerá novamente para a área da saúde em nossa região, neste ano de 2023. Feliz Ano Novo!
Nossa última pesquisa sobre o Futuro da Saúde traz alguns pontos que foram destacados pelos profissionais de saúde como sendo as maiores barreiras para a adoção da tecnologia digital em saúde em seus hospitais ou postos de saúde:
Vicepresidente sénior y gerente general de Philips para Latinoamérica
Follow me on
You are about to visit a Philips global content page
Continue